quinta-feira, 31 de março de 2011

Exemplos de tipografia












Tipografias dos heterónimos de Fernando Pessoa:

Aberto Caeiro







Álvaro de Campos





Ricardo Reis





quarta-feira, 30 de março de 2011

Tipografia

                                                                                                                                                                                                                                                                                  A tipografia é a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente. Tal como no design gráfico, o objectivo principal a que a tipografia se prende, é a de dar ordem estrutural e forma à comunicação impressa.


Os primórdios da tipografia remontam à Época do Renascimento, há cerca de 500 anos numa altura de grande revoluções culturais, politicas, económicas e religiosas que deixaram de parte a época negra e asfixiante da Idade da Média, para abarcar uma época de luz e desenvolvimentos, onde os estudos do homem, e a democratização da divulgação da informação assumiram papéis preponderantes. Crê-se que os chineses terão sido os primeiros a utilizar as técnicas da tipografia, realizando a primeira impressão utilizando blocos de madeira.

O conceito de tipografia não aparece, em todo o caso, despegado do conceito de evolução da imprensa. Gutenberg foi o grande impulsionador da criação da imprensa e, consequentemente, do conceito de escrita utilizando a inovadora prensa tipográfica do qual foi autor. A grande diferença entre os tipos chineses e os de Gutenberg é que os primeiros não eram reutilizáveis, ao contrário dos de Gutenberg que podiam ser usados vezes sem conta. Essa reutilização permitia compor diferentes textos de forma eficaz, sendo utilizada ainda nos dias de hoje. Ao mesmo tempo tornava o acto de escrever mais simples e substancialmente mais barato o que permitiu o aumento dos livros disponíveis, que passam a conseguir chegar às mãos do povo (deixando de ser um objecto de luxo apenas destinados às classes mais favorecidas: nobreza e clero) permitindo, desta forma, a alfabetização da população, numa altura em que o alvoroço despertado pelas ciências exactas, como a Matemática, a Física e a Química, impulsiona a impressão de variadíssimos livros, tornando-o um autêntico objecto de culto.

Essa revolução, ficou conhecida como "homem tipográfico" e deu início à comunicação em massa como a conhecemos. Todavia, hoje em dia, com a revolução tecnológica e democratização do uso do computador, a tipografia mantém-se através de formatações, estilos e grafias.


Com esta evolução, surgiu a designação de família de tipos que se refere ao conjunto de caracteres de um alfabeto que possuem um design gráfico coincidente ou um determinado estilo, podendo ser ele negrito, itálico, sublinhado etc, ou ainda um determinado tamanho.
Por exemplo, os estilos que se seguem são dos mais comuns e célebres na história do design gráfico.


  • Arial
  • Bodoni
  • Comic Sans MS
  • Frutiger
  • Futura
  • Garamond
  • Gill Sans
  • Helvetica
  • Times new roman
  • Univers



quinta-feira, 17 de março de 2011

Proposta de trabalho n.º 1

 

 Capa do CD


Bolacha do CD
Após várias tentativas fracassadas de fazer upload da
foto original, tivemos que fazer printscreen e colocar essa
"cópia".

Memória descritiva da realização da proposta projecto n.º 1

Para a primeira proposta de projecto escolhemos 7 palavras que serviriam de base para a nossa composição. Algumas delas são “moving”, “train”, “young” e “parents”. Como tal, pensamos automaticamente num comboio em movimento, tendo como imagem de fundo uma paisagem colorida e simples bem como um casal de idosos que, neste caso, representariam os pais (“parents”). No entanto, deparamo-nos com algumas dificuldades pois existiam certos elementos na paisagem que tornavam a composição um pouco “estranha” aquando da integração da imagem do comboio.

Sem mudar o conceito e a ideia daquilo que inicialmente projectámos para o trabalho, decidimos alterar a imagem de fundo para a de uma estação ferroviária. Apesar dos nossos esforços, a disposição da imagem do comboio e a respectiva escala não conferiam coerência nem sentido ao trabalho. 

Percebemos então que a nossa tentativa de ser “literal” ao que a letra nos dizia, não estava a funcionar da melhor maneira, logo tentamos analisar a letra com um pouco mais de profundidade e tentar perceber o que poderíamos extrair do facto de a personagem querer manter-se jovem para sempre e não querer que o “comboio da vida” continuasse correndo a um ritmo tão alucinante. Pegando nessa ideia, centramo-nos na questão do “querer ser jovem para sempre”, o que nos induzia na questão do “Síndrome de Peter Pan” que já tínhamos percebido na aula anterior.

A partir desse ponto e das primeiras estrofes em que dizia No I'm not color blind, I know the world is black and white. Try to keep an open mind but I just can't sleep on this tonight” começamos a “pensar” que a personagem, que sofria do "Síndrome de Peter Pan” não conseguia conviver em harmonia com essa ideia e, como tal, vivia num mundo interior agonizante que a impedia de verdadeiramente ser feliz, esperando incessantemente a vida do “comboio” que a levasse do mundo ao qual ela não queria pertencer, para, pela primeira vez, conseguir fugir da realidade sombria que a circundava para ser verdadeiramente feliz.
Desta forma, consolidada a ideia, decidimos colocar ma imagem de um quarto vazio, com um aspecto um tanto sinistro e funesto que condissesse com a mente perturbada da personagem, uma rapariga, colocada a um canto, numa expressão de agonia, sofrimento, introspecção. O comboio foi decidido ser colocado em grande plano, para transmitir a ideia de esperança, mudança, com cores vivas, a puxar para o vermelho para conferir a ideia que a felicidade e a alegria ainda são possíveis, apesar do quão perturbada a nossa realidade possa ser.


No que concerne à bolacha, optamos por não faze-la idêntica à capa ao CD, mas sim ligeiramente diferente. Se na capa decidimos representar a realidade visível – uma rapariga no seu quarto com o comboio a representar aquilo que ela quer da sua vida, a fuga de uma realidade obscura que a impede de verdadeiramente viver – no CD optamos por apresentar a realidade interior – um emaranhado de cor apresentados de forma desconexa, quase como uma mancha, que representa o interior da mente enevoada da rapariga, que decidimos apresentar em vários tons de azul por estar ligado com a cor do pensamento e da intelectualidade.

Contudo, além desse “pensamento”, dessa mente deturpada, colocamos também o comboio, representando aqui, uma vez mais, a esperança e conferindo a possibilidade que, por mais dura que a nossa realidade possa ser, há sempre meio de escapatória, há sempre forma de tentar mudar as coisas e tornarmos essa mesma realidade mais suportável.

terça-feira, 15 de março de 2011

Letra de música para proposta de trabalho 1

Stop This Train, John Mayer
No I'm not color blind
I know the world is black and white
Try to keep an open mind but...
I just can't sleep on this tonight
Stop this train I want to get off and go home again
I can't take the speed it's moving in
I know I can't
But honestly won't someone stop this train

Don't know how else to say it, don't want to see my parents go
One generation's length away
From fighting life out on my own

Stop this train
I want to get off and go home again
I can't take the speed it's moving in
I know I can't but honestly won't someone stop this train

So scared of getting older
I'm only good at being young
So I play the numbers game to find away to say that life has just begun
Had a talk with my old man
Said help me understand
He said turn 68, you'll renegotiate
Don't stop this train
Don't for a minute change the place you're in
Don't think I couldn't ever understand
I tried my hand
John, honestly we'll never stop this train

See once in a while when it's good
It'll feel like it should
And they're all still around
And you're still safe and sound
And you don't miss a thing
'til you cry when you're driving away in the dark.

Singing stop this train I want to get off and go back home again
I can't take this speed it's moving in
I know I can't
Cause now I see I'll never stop this train




Escolhemos esta música por ser bastante descritiva, permitindo aquele que a escuta/lê criar uma sequência de imagens viva na sua mente.
Se a princípio pensamos em representa-la num sentido mais literal, no desejo incessante de parar o comboio, dado que a personagem principal não quer ver a sua vida correr a um ritmo alucinante, no desenvolvimento do nosso trabalho, acabamos por ir um pouco "mais fundo na questão" e analisar esta letra como se a personagem envolvida sofresse uma espécie de "síndrome de Peter Pan", desejando permanecer para sempre jovem e não querendo que a vida corra, mas que se mantenha sempre no ritmo em que se encontra naquele momento. Contudo essa "doença" vai originar uma espécie de mutismo, uma infelicidade constante, que impede o protagonista de viver o presente, criando um mundo interior seguro que o protege das adversidades da vida, desejando, nesse caso, que o comboio apareça como meio de escape dessa realidade obscura.

sábado, 12 de março de 2011

Elementos básicos da Comunicação Visual

O Ponto

O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e minimalista. Dois pontos funcionam de forma relativamente eficaz para medir o espaço no meio ambiente ou no desenvolvimento de qualquer tipo de projeto visual. Interligados, são capazes de dirigir o olhar e, se em grande número ou por fenómeno de justaposição, criam a ilusão de tom ou de cor, conferindo, movimento, estabilidade, estímulo, tensão a qualquer composição.



A linha

Quando os pontos estão tão próximos entre si e se torna relativamente impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direcção, e a cadeia de pontos transforma-se num outro elemento - a linha. A Linha é como um ponto em movimento, nunca é estática, é o elemento visual inquieto e inquiridor do esboço. O elemento visual da linha é usado principalmente para expressar a justaposição de dois tons. A linha é muito usada para descrever essa justaposição, tratando-se de um procedimento artificial.
Não está presente na natureza, mas encontra-se no meio ambiente, por meio de uma rachadela numa árvore ou numa calçada, nos fios telefónicos, nos ramos das árvores, em construções arquitectónicas, linhas férreas, entre outras.




Direcção

Na comunicação visual são conhecidas três direcções visuais básicas e significativas:
  • o quadrado/horizontal, vertical (1.ª figura)
  • o triângulo/diagonal (2.ª figura)
  • o círculo/ curva (3.ª figura)





O conceito horizontal - vertical transmite uma ideia de bem-estar, de maleabilidade, de estabilidade. No campo da direcção diagonal possui uma força direccional mais instável e mais provocadora, possuindo uma composição mais irregular e, consequentemente, mais perturbadora. Por último, o conceito da direcção circular tem um significado mais abrangente e repetitivo.


                               Horizontal/vertical               diagonal                círculo                                 



Forma

Na comunicação visual existem três tipos de formas principais: o quadrado, o triângulo equilátero e o círculo.
Ao quadrado estão associadas sensações como o enfado, a honestidade, a rectidão, o rigor e o esmero; ao triângulo a acção, o conflito, a tenção e, por último, ao círculo a infinitude, a calidez e a protecção.
É a partir da combinação destas três formas e consequentes variações, que nascem todas as restantes formas da natureza e da imaginação humana.

Cor

A cor é um fenómeno óptico provocado pela acção de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina, que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso. A cor tem maiores afinidades com as emoções, daí que quanto maior a ligação a uma determinada cor, mais tendência temos para nos rodearmos dela, seja pelas boas vibrações que nos transmitem, pelo conforto ou até pela singularidade. O branco, por exemplo, está associado à paz, à tranquilidade e ao equilíbrio; o preto, ao luto, à tristeza, à magia e ao mistério; o amarelo à luz, energia, à vitalidade, ao optimismo; o laranja está associado ao movimento e à espontaneidade; o azul ao sonho, à intelectualidade, à lealdade e à personalidade; já o roxo é a cor ligada à espiritualidade, à imaginação, ao pensamento; ao passo que o rosa se liga à feminilidade, ao romatismo, à delicadeza; enquanto que o verde tem que ver com a esperança, juventude e vigor e o vermelho com a sensualidade, a paixão, o orgulho e o poder.

A cor tem três dimensões que podem ser definidas e medidas.
  • Matiz que é a cor em si
  • Saturação, que é a pureza relativa de uma cor
  • Luminosidade ou acromática, é o brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor

Tonalidade

A tonalidade está intimamente ligada as gradações de uma determinada cor que determinam, dessa forma, a sua tonalidade. A tonalidade relaciona-se com os conceitos luz e escuridão que conferem a uma cor diferentes tonalidades quando expostas a estas duas situações divergentes.





Textura

A textura é um elemento visual que serve, frequentemente, como um "substituto" para as qualidades de um outro sentido, o tacto. É desta forma possível apreciar e reconhecer a textura tanto através do tacto como da visão, ou até mediante combinação de ambos.
A textura baseia-se, essencialmente, naquilo que vislumbramos ou tocamos, todavia, quando conjugada com a visão é altamente eficaz porque a visão permite a percepção visual e sensorial  de uma qualquer textura, apenas através da memória visual e sensorial que possuímos que nos permite reconhecer determinada superfície/textura só com o olhar, adivinhando se esta apresenta características rugosas, ásperas, suaves, delicadas, irregulares, niveladas, molhadas, etc.

 


 
Escala

A escola pode ser estabelecida, não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através das relações com o campo ou com o ambiente. Em termos de escala, os resultados visuais são fluidos, e não absolutos, pois estão sujeitos a muitas variáveis modificadoras. 
A escala é muito usada nos projectos e mapas para representar uma medida proporcional real. A medida é parte integrante da escala, mas sua importância não é crucial sendo, neste caso, mais preponderante a justaposição, o que se encontra ao lado do objecto visual e em que cenário ele se insere. 
Neste caso, torna-se importante aprender a relacionar o tamanho com o objectivo. Ao manipular um espaço, podemos fazer um espaço grande parecer pequeno e aconchegado, ou um espaço mais pequeno arejado e espaçoso por mais ilosório que possa ser.

Dimensão

O conceito de dimensão está presente no mundo real, em formatos visuais bidimensionais, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, mas em nenhum destes elementos essa dimensão é real estando apenas implícita. O conceito de dimensão, pode ser conseguido através de artífices como a perspectiva ou a utilização da luz e da sombra.

Movimento

O movimento é criado de forma a conferir dinâmica visual aquele que observa.
"A sugestão de movimento nas manifestações visuais estáticas é mais difícil de conseguir sem que ao mesmo tempo se distorça a realidade, mas está implícita em tudo aquilo que vemos, e deriva de nossa experiência completa de movimento na vida".


*adaptação de "A síntese da linguagem visual" de Dondis, Donis A